quarta-feira, 25 de maio de 2011

Cap. I- MINHA VIAGEM A JOÃO PESSOA - O EMBARQUE



                                 



Meus amores queridos!
As c
oisas mais incríveis acontecem comigo.  

Cheguei aqui em João Pessoa e o apartamento, gentilmente cedido pela minha amiga Marieta, tinha dois quarto e éramos três velinhas cheias de roncos e manias, a mais novinha com 56 anos, eu 68 e a mais velinha 94 anos. Imagine a cena! kkkk!

Como boas meninas trouxemos cada uma duas malas, com as nossas roupas, produtos e equipamentos de embelezamento: escova de dente, sabonete, xampus, perfumes e pente de cabelo. O que mais mesmo que velinha usa? Ah, fraldas descartáveis, pó de fixar dentaduras e muito esmalte cor de rosa de enterro. Lindos!!!!
Chegamos às 3h da manhã. Atrasamos o voo da TAM porque a velinha mór, a madrinha Nair, colocou 27 tesouras na sua mala de mão de uns 10kg mais ou menos e na hora de passar na vistoria de malas dentro dp embarque foi um horror, chamaram até o agente de polícia do aeroporto de Brasília. 

A segurança tinha descoberto três velinhas terroristas, a chefe pilotava uma cadeira de rodas, e estavam fortemente armadas de tesouras, tesouronas e tesourinhas, e que certamente estavam planejando sequestrar o avião da madrugada, que ia para João Pessoa.

A segurança só via as tesouras pelo painel de busca, mas eu não encontrava as tesouras  porque estavam muito bem escondidas na maleta de mão. Foi uma cena incrível. Mala aberta, objetos espalhados, calcinhas tipo ceroulas, sutiãs, bolsa de agua quente, remédios de pressão, de dor de cabeça, de estomago, saquinhos de plástico cheinhos de bugigangas, botões, alfinetes, muita linha e centenas de agulhas!!!
 Ah! As agulhas causaram o maior alvoroço!!! Passavam de mão em mão e todos olhavam para nós com aquele olhar de quem descobre um plano macabro e vai acabar com a brincadeira, que certamente teria graves consequências e até mesmo mortes.

Madrinha chorava a cada tesourinha que ia sendo colocada numa caixa, acho que de tesouros. Ao nosso lado tinha um torturador de velinhas que falava: Vamos depressa, pega as tesouras! Logo! Rápido! vocês vão perder o voo! Vamos, andeM, depressa o avião está só esperando vocês!

Eu não sabia se procurava na mala as tesouras, se abandonava as malas ou se corria para o avião! Foi um horror!
E a cada palavra, saia uma tesoura que era entregue ao segurança e a madrinha, com voz desesperada suplicava-"Esta é lembrança de minha irmã Aide, aquela foi minha mãe que usava, a outra comprei no Paraguai, essa maior não, pelo amor de Deus, ela me acompanha a vida inteira, é como uma irmã!” E assim foi. No final ficaram com pena dela e pelo fato de ser uma cadeirante centenária devolveram três ( uma, duas três) minúsculas tesourinhas de pontas arredondadas. Ponta arredondada pooode!

E dizer que um repórter da Globo viajou com armas pelo Brasil todo e não foi incomodado nenhuma vez pela segurança dos aeroportos, de certo é porque ele não foi de madrugada para João Pessoa
Quando nos liberaram para ir pegar o avião fiquei muito brava com a madrinha por não ter me explicado antes como ia ser o plano do assalto ao avião pagador! Porque não tinha colocado as tesouras na calcinha? Ia ser muito mais fácil do que abrir uma mala de 10kg no meio do avião! “Mas ela sorria enigmaticamente e falava:-” Estas meninas de hoje não tem mais senso de aventuras, morrem de medo e não têm mais nenhuma criatividade!"

O pior foi a hora que entramos no avião. Todo mundo nos olhava de uma maneira nada agradável, fiquei imaginando se era pelo atraso do voo ou se todos já sabiam do ato terrorista que as velinhas tinham planejado.
Com o plano descoberto e fracassado chegamos a João Pessoa com duas horas de atraso. Chovia torrencialmente e tivemos que vir em dois táxis, um para as velinhas e suas bagagens de mão, e o outro carro veio com as malas restantes.

Bom, o resto de conto depois...

Um comentário: